A desvalorização do cinema brasileiro por seu próprio povo
- Larissa Reis
- 28 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2022
Pesquisa ouve 2,2 mil pessoas e revela que 57% viram os filmes nacionais poucas
vezes, 24% muitas vezes e 19% nunca foram prestigiar um filme brasileiro
Por Larissa Reis

Criador: Akash
Uma pesquisa realizada no ano passado (2021) pelo veículo Folha de São Paulo e
Itaú Cultural, mostrou que o cinema nacional, não é uma potência entre os
brasileiros. Foram entrevistadas 2,2 mil pessoas e uma taxa de 19% admitiram
nunca ter ido às salas de cinema para assistir uma obra nativa do Brasil. Outros
57% disseram já ter visto, porém poucas vezes e apenas 24% veem com
frequência.
Ainda nessa pesquisa, os meios em que os brasileiros assistiram as produções
nacionais, foram analisados: 39% na TV, 30% em streamings, 17% na internet e
12% nos cinemas.
Apesar de no mesmo ano em que foi realizada a pesquisa acima, ter sido aprovado
pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, um projeto que visa a
obrigatoriedade da exibição de filmes nativos nas telas de cinema, os brasileiros dão
mais notoriedade para as produções internacionais. Em novembro (2021), enquanto
o longa Eternos, alcançou a marca de 1,43 milhões de ingressos vendidos,
Marighella (filme brasileiro que mais foi aclamado naquele período, tendo Wagner
Moura como diretor e Seu Jorge como protagonista), tinha vendido 96,3 mil.
Analisando o faturamento, o filme americano até então estava com US$ 380 milhões
e o brasileiro com R$ 2 milhões.
Segundo dados divulgados pela Ancine (Agência Nacional de Cinema), em 2021, o
cinema gerou de renda R$ 828 milhões, sendo somente 11 milhões levantados com
os filmes nacionais.
Além da influência de Hollywood, acredita-se que os custos elevados de produções
e a inexistência de interesse dos patrocinadores, sejam prováveis motivos da
desvalorização do cinema brasileiro por seu próprio povo. Em contrapartida disso, a
Ancine, concede benefícios fiscais em troca de patrocínio financeiro as obras
brasileiras. Mesmo assim, a falta de exibições, faz com que não haja lucros.
Obviamente, sem espectadores, não há retornos financeiros.
De acordo com Fernando Imperator, crítico de cinema e apresentador do Conacine
(Congresso Nacional de Cinema), o cinema é uma indústria, como qualquer outra, e
precisa de empresas e pessoas interessadas naquele produto para ter lucro.
Enquanto as pessoas não começarem a acompanhar mais o cinema nacional, será
difícil o seu desenvolvimento.
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